O silêncio da mata





        Na quebra do rio,

        a fonte exagerada mergulhou seu grito de arrepio,

        num véu de ar e cores,

        voando acima da flor d’ água...

        Na lâmina,

        A corrente presa em circo,

        Tortuosamente deslizou,

        Sua cobra molhada,

        Arrancando planta do ninho,

        Levantando lodo de cio,

        Harmonizando o som do desvario,

        De cada bicho alado,

        De cada estaca torta ,

        De cada folha morta,

        Que nele se embalava.

        O pisco assombrado,

        De milhares de olhinhos,

        Grudados no infinito,

        Silenciosamente,

        trouxeram vestes de veludo,

        de uma pérola cravada.

        E a pérola,

        Mimosa e solitária,

        Mirou-se nesse espelho de luz

        E de mais nada,

        Posando qual princesa,

        Nua e iluminada,

        Para o risco imaginário,

        De um homem que olhava....


Vito Cesar

Voltar