Nosso caso, nosso brilho, no ocaso
do esconjuro,
Nossas vidas, nosso chão
Se acaso me comparas, te devoro,
me deparas, te arranho, me escancaras,
Nosso mundo em contramão...
Eu te aviso, me declaras, tua
cara, minha cara,
No espelho estilhaçado
das esquinas da razão....
O teu toque favorito, que molhou
todo vestido,
Ainda trago na lembrança
do meu corpo,
Como documento ativo, inconfessável,
permitido,
Mesmo quando eu disse não...
Nosso ímpeto imaturo ainda
está no quarto escuro,
Soletrando o indefinível
do que seja solidão,
De castigo e mal curado, impossível
e machucado,
Nosso caso é um caso otário,
descabido, sem saída,
Sem virtude, sem malícia,
sem mais nada que se diga,
Sem polícia, sem perdão...