Nosso caso
 

Nosso caso, nosso brilho, no ocaso do esconjuro,

Nossas vidas, nosso chão
 

Se acaso me comparas, te devoro, me deparas, te arranho, me escancaras,

Nosso mundo em contramão...
 
 

Eu te aviso, me declaras, tua cara, minha cara,

No espelho estilhaçado das esquinas da razão....

O teu toque favorito, que molhou todo vestido,

Ainda trago na lembrança do meu corpo,

Como documento ativo, inconfessável, permitido,

Mesmo quando eu disse não...
 
 

Nosso ímpeto imaturo ainda está no quarto escuro,

Soletrando o indefinível do que seja solidão,

De castigo e mal curado, impossível e  machucado,

Nosso caso é um caso otário, descabido, sem saída,

Sem virtude, sem malícia, sem mais nada que se diga,

Sem polícia, sem perdão...
 
 

Vito Cesar
     
         

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