Algum silêncio 


        Quero o silêncio da vida, 
        Lá do princípio da Terra, 
        Para tirar o respiro, 
        Minando água dos olhos, 
        Suar este corpo vadio, 
        Gozando um orgasmo parido, 
        Na porrada do lirismo, 
        Que é sentimento profundo, 
        Que é amor concebido, 
        No interior da gente, 
        Um lugar de labirinto, 
        Eu quero agarrar tua boca, 
        Com a crueza dos bichos, 
        Com uma doçura sacana, 

        E lamber o sal da lágrima, 
        Da tua pele tirana, 
        Silêncio, ante tudo, 
        Silêncio, 
        Não é possível mais nada, 
        Não há mundo, nem seu giro, 
        Ou sentimento humano, 
        Maior e mais protegido, 
        De qualquer querer mundano, 
        Eu quero a flor do teu pêlo, 
        Para um cheirar de criança, 
        E a ponta do teu peito, 
        Para brincar de lambança, 
        Que o meu amor é tão grande, 
        De não restar esperança, 
        Mas, para tudo, silêncio. 
        E no meu silêncio, 
        tua dança. 
         
         
         
         

Vito Cesar
 
 
 
 
 
 

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