Persegui o circo da minha cidade e invadi sua lona.
Aí, roubei a beleza e a pureza do riso do palhaço.
Do homem do arame roubei o desequilíbrio.
Do homem mais forte do mundo, roubei a fraqueza.
Roubei o medo do domador de leões, e a mulher mais linda em seu trapézio...
De tantas outras mulheres que amei, ou pensei ter amado, lhes roubei o tempo da sua beleza, seu sexo e integridade...e lhes gerei muitos filhos, de quem roubei um amor nunca exercido e que nego, cá dentro do peito, mas que, no silêncio da noite choro, tentando enganar meu coração, que pulsa contra mim e toda a minha vontade de ser tudo aquilo que dizem que não sou.
Eu queria ser o universo, com todos os seus astros!
Queria ser o Super-homem, mudando o curso da história por causa da mulher !
E queria ser o milagre do rio, que passa na flor do seu meio-dia, lavando meus pés!
Assim, não sendo isso ou aquilo, sou o que sou:
Apenas um homem à beira do infinito.
|