Segunda





    Volta do banho,

    Não esfrega a pele com a toalha...

    Hoje não faremos amor como se espera, nas convenções...

    Apenas deita... diz qualquer coisa, mesmo boba e olha pra mim....

    Te quero assim, molhada e quieta...

    Passa a mão em mim, que fecho os olhos e te imagino darling, ninfeta, movie star, lavadeira, operária, cadela...

    Quero te cheirar como um cão, te lamber, te beijar todos os lábios... e fica quieta... apenas reage... ou não...

    Me conhece... me estabelece no teu quintal...

    Que subirei teu tronco e chuparei tua polpa, na base do fruto, na haste do bico, dos teus peitos... e fecha os olhos...

    Não submete nada.... juízo ou critério... deixa...

    Que te durmo ou te acendo.....

    Derrama em mim teu suco, entre as pernas...

    fica molhada...

    Lambuza meu queixo... me chama de outro nome...

    Te agarro os pulsos e puxo teus braços para o alto...

    És prisioneira do carrasco, te arrasto na maciez da cama...

    Me diz que não, não hoje... Segunda-feira... dia do cansaço,

    Do trabalho dobrado, das dores de cabeça, das cólicas menstruais...

    Te escuto... te amo... e nem te ligo...


Vito Cesar

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