No bairro em que Juquinha morava, tinha uma loja de brinquedos. Toda vez que via a vitrine, quando ia ou voltava da escola, ficava com vontade de brincar com aqueles brinquedos superincrementados, tinindo de novos. Chegava em casa e ia direto pedir à mãe dinheiro para comprar e ela dizia que não tinha dinheiro para comprar brinquedos e seu irmão mais velho dizia que era uma fase e que isso ia passar. Aí Juquinha ia danado da vida para o seu quarto, para depois ir almoçar, para depois ir tomar banho, para depois fazer o dever e só então ir brincar. Depois disso tudo, ele chama seus colegas para irem observar a vitrine da loja de brinquedos de seu bairro. Havia alguns brinquedos na loja que não o agradavam: pião, bola, pipa, carrinho de rolimã, etc... Só queria brinquedos eletrônicos: robôs, carrinhos de controle, teclados, carrinhos à pilha, etc... Alguns colegas ficavam brincando e diziam que Juquinha já estava ficando estressado e que não poderia continuar assim. Mas o tempo foi passando, passando, passando... E ela acabou perdendo essa mania da loja de seu bairro. Ele, o Juquinha, cresceu e se tornou pai e seu filho, toda vez que ia ou voltava da escola, ficava observando a vitrine da loja de brinquedos de seu bairro.
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